O programa da RTP3, CASA REPORT permitiu-nos revisitar este projecto que tanto prazer nos deu a conceber e a executar. Esta casa burguesa construída em apresenta características interessantes que a demarcam da tradicional casa burguesa portuense. Antes de mais nada, a franca exposição solar proporcionada pelas quatro frentes e a ampla iluminação e ventilação resultantes das trinta e oito janelas e postigos. A intimidade do lar, um dos princípios da casa burguesa, é assegurada pela dimensão do próprio terreno da propriedade, que permite implantar o edifício a uma distância dos vizinhos suficiente para garantir a privacidade dos residentes. Esta preocupação pela privacidade vai ao ponto de eliminar os acessos directos à rua. De facto, não existe uma porta de rua porque o acesso é sempre feito através de portões (um principal e outro de serviço), que medeiam o acesso às entradas (principal e de serviço) que se localizam discretamente em cada lateral do edifício.
Tratando-se de um prédio que afortunadamente chegou intacto até nós, tendo sempre desempenhado a função original de habitação, o que se impunha era prepará-lo para continuar a desempenhar a mesma função durante as próximas gerações. Um problema de base a resolver prendia-se com a área e compartimentação interior do edifício existente que não seria a mais adequada para satisfazer todos os requisitos do programa. Não nos interessava qualquer solução que comprometesse a integridade histórica e estética do edifício pré-existente, ou seja, uma premissa consensual entre o dono de obra e a equipa de arquitectura, foi a de rejeitar demolições de grande relevância nos interiores e soluções de ampliação que desfigurassem irreversivelmente o edifício. Assim, surgiu a solução de se ampliar a área através de um módulo acoplado da fachada posterior do edifício, tirando partido dos vãos já existentes. Deste modo, foi possível cumprir o programa sem recorrer a qualquer tipo de demolição com a vantagem de se tratar de uma solução reversível.
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